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Ao transformar itens que estão no final de seu ciclo de vida em matéria-prima para a fabricação de novos produtos, construímos uma sociedade mais sustentável. Esse é o grande mote da economia circular, que sai da teoria para a prática prometendo melhor aproveitamento de recursos e redução de desperdícios. Mas por que migrar de um sistema linear para um circular é positivo – e importante – para as empresas?
Uma pesquisa realizada em 2019 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que as empresas estão atentas a esse movimento. O estudo afirma que 76,4% das indústrias em território nacional desenvolvem alguma iniciativa de economia circular. Além disso, entre os entrevistados, 75,9% acreditam que a adoção dessa prática leva à redução de custos operacionais e ao melhor aproveitamento das matérias-primas, mitigando desperdícios.
Somente na Coalizão, por meio das 14 organizações que assinaram o Acordo Setorial Federal de Embalagens em Geral, cerca de 850 empresas estão comprometidas com a implantação do sistema de logística reversa no País.
Outro ponto interessante apresentado na pesquisa da CNI diz respeito à empregabilidade e ao aumento da receita das companhias: enquanto 60% afirmaram que a economia circular gera empregos, 72,4% dos entrevistados acreditam que a adoção de práticas sustentáveis gera maior fidelização dos clientes e consequente aumento da receita. De fato, empresas eco friendly, ou seja, que têm reais preocupações ambientais, vêm ganhando relevância perante a sociedade. Investir em projetos de preservação da natureza e na garantia de um planeta mais saudável, portanto, melhora a reputação das companhias.
Paralelamente, 43% dos que responderam à pesquisa reconhecem que investir em ações voltadas à economia circular desperta um potencial corporativo de novas prestações de serviço adicionais aos produtos disponibilizados. Com mais produtos e soluções no portfólio, mais chances de ampliação de rendimentos.
Além das motivações sociais e econômicas, há motivações legais para que as empresas pensem estrategicamente na adoção dos conceitos da economia circular: a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Instituída pela Lei nº 12.305/10, a PNRS introduz o princípio da responsabilidade compartilhada da geração de resíduos sólidos após o consumo dos produtos. Ou seja, fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o cidadão possuem responsabilidades pelos resíduos gerados diariamente e precisam atuar de maneira encadeada para seu melhor destino final.
No que tange à iniciativa privada, a legislação também estabelece que muitas empresas atuem na estruturação e manutenção de sistemas de logística reversa a fim de possibilitar o retorno das suas embalagens após o consumo dos produtos para serem recicladas e transformadas em novas embalagens ou outros produtos. Mesmo não exigindo que as companhias detalhem passo a passo do ciclo de vida de seus produtos, a PNRS pede especificações quanto aos resíduos sólidos gerados, entre elas tipos, volumes, destinos, tratamentos, disposições finais e responsabilidades pelo gerenciamento.
Dessa forma, aderir aos conceitos da economia circular está deixando de ser apenas uma escolha, visto que essas companhias têm maior eficiência econômica em seus processos produtivos, prestam um bom serviço ao meio ambiente apostando em atitudes sustentáveis e estão atendendo à uma obrigação legal listada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.