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* Por Cesar Faccio, secretário-executivo da Coalizão Embalagens
A reciclagem é uma atitude de todos, um exemplo de cidadania. Atuar para redução da disposição dos recicláveis em aterros sanitários direcionando-os para a recuperação é função de quem produz, importa, distribui, comercializa, consome e de quem governa. É isso que chamamos de responsabilidade compartilhada, termo muito mencionado na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei nº 12.305/10).
Em 2015, a Coalizão Embalagens assinou o Acordo Setorial Federal de Embalagens em Geral se responsabilizando pela implantação, estruturação e operacionalização de um sistema de logística reversa no Brasil. Passamos a desenvolver ações estruturantes, majoritariamente em cooperativas e organizações de catadores, para aumentar a capacidade de recuperação das embalagens que foram colocadas no mercado.
Enquanto as empresas que participam da Coalizão melhoram o design, otimizam suas embalagens e aumentam a participação de retornáveis, nós consolidamos a logística reversa no país, fortalecendo o conceito da economia circular. Capacitamos, treinamos e orientamos os cooperados; investimos em infraestrutura dentro dessas organizações; e buscamos avançar nas metas progressivas que temos no Acordo Setorial.
Apenas dois anos depois, assinado pelo então presidente Michel Temer, o Decreto nº 9.177/17 veio para fortalecer as obrigações instituídas pela PNRS, o que reforça a necessidade de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de embalagens cumprirem com suas responsabilidades implementando um sistema de logística reversa de embalagens em todo o país.
Se reciclar é uma atitude de todos nós, pode ser muito mais proveitoso – e eficiente – trabalharmos unidos em projetos já bem estabelecidos. Hoje, a Coalizão Embalagens conta com 14 associações e cerca de 850 empresas. Esse montante representa aproximadamente 30% do mercado de embalagens.
Somente entre 2018 e 2019, realizamos 2.341 ações estruturantes em cooperativas e associações de catadores espalhadas por 475 municípios do Brasil. Entre essas ações, diagnóstico técnico; capacitação tanto institucional quanto operacional; adequação de infraestrutura; e assessoria para gerenciamento de indicadores. Além disso, efetuamos mais de 200 ações de campanhas de conscientização disseminando informações sobre separação e descarte correto das embalagens em dez estados.
Imagina o que poderíamos fazer ao aumentar essa representatividade? Queremos expandir, fazer mais, ampliar nossa cadeia de coleta e destinação adequada dos resíduos recicláveis em cada canto do nosso país. E queremos maior participação do comércio nessa empreitada.
Com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Decreto nº 9.177/17 em vigor, as empresas podem escolher como trabalharão a logística reversa. Podem trabalhar individualmente ou podem se juntar a iniciativas como a Coalizão Embalagens e tantas outras existentes e atuantes hoje no território nacional. Mas é inegável que a união traz inúmeras vantagens.
Vamos pensar em uma indústria de pequeno ou médio porte fabricante de produtos com embalagens. Quais os esforços que ela precisará dedicar para, sozinha, conseguir representatividade em todos os estados brasileiros? Lembrando que vivemos em um país continental, não é uma tarefa fácil. Nesse caso, aderir a projetos coletivos permite que ela otimize custos e amplie sua abrangência.
Na Coalizão Embalagens, a adesão pode vir por duas vias: se a empresa participa de uma das 14 associações representativas do setor que integram o grupo, basta providenciar um Termo de Cooperação e, caso não participe, essa empresa pode acessar o projeto pela ASLORE (Associação de Logística Reversa de Embalagens). Focamos a sustentabilidade ambiental sem deixar de focar a sustentabilidade dos negócios. Para nós, trabalhar em conjunto é o caminho para alcançar o sucesso.
* Cesar Faccio é secretário-executivo da Coalizão Embalagens